segunda-feira

Qual o valor de X?

Passamos muito do nosso tempo analisando coisas e pessoas na tentativa de que com tantas fórmulas matemáticas e mágicas consigamos desenrolar, quiçá entender o que são os comportamentos humanos e suas vertentes. Estudamos cada mínimo pormenor das atitudes alheias e alguma vezes comparamos com as nossas, isso se algum reflexo menos egoísta de nos mesmos falar mas alto que essa mania de estar sempre certo.
Caráter. O que é o carater? Posso julgar alguém segundo meus falhos conceitos sobre ele? Talvez. Daí surge aquilo que chamamos de opinião, e pra aliviar nosso orgulho, existe o ditado que diz: "o que vc fala ou pensa, sinto muito, mas é só o que vc fala e pensa." Pensando assim, me vejo um tanto quanto 'egoísta', e voltamos então a primeira equação do problema, o egoísmo que nos inclina a ver as coisas e as pessoas, principalmente as pessoas da maneira que nossos olhos sentenciam.
Não posso eu esperar das pessoas algo que satisfaça minhas expectativas, não posso eu esperar qualidades ou qualquer coisa do tipo, mesmo porque elas tem o total direito de não as possuírem ainda. O que me confia a postura de ser humilde. Eis ai o desafio humano, né?

Há muito, eu já havia percebido que pra nos conhecermos era preciso muito trabalho de consciência, de moral, de humildade, uma árduo trabalho em conjunto do nosso cérebro com nosso espírito, contudo unindo as faculdades extraordinárias, diga-se de passagem, dessa balança que nos equilibra, caí em uma questão que me confunde a béssa: O meu cérebro me engana. Meu ego me engana, meus pensamentos muitas vezes são os autores de um 'EU' que não existe. ou melhor, sempre são os autores. Pessoas passam a vida inteira tentando se conhecer, se entender e morrem sem saber quem foram ou pra que estiveram aqui.
O dever que toda moral nos ensina: a sinceridade, a sinceridade tem que começar com nós mesmo. E acredite, ser sincero com nós mesmo é bem mais difícil do que parece. E a verdade é que eu sempre soube que há uma grande distancia entre o que quero ser, o que eu quero que pensem que sou, e o que eu realmente sou, e ainda assim, qualquer conceito sobre isso seria falho mesmo, afinal o que sou hoje, talvez não seja amanhã. E aqueles defeitos e vícios que outro dia vou descobrir, sendo otimista demais, talvez daqui há 30 anos não os tereis mais. E embora a priori a maior dificuldade seja descobri-los, identifica-los; eu ainda me pego pensando ser, pensando em algo ou nem pensando mas agindo de uma maneira que 'julguei' não ser capaz.
Quando era pequena, bem pequena, lembro-me de ter escutado algo do tipo, da minha mãe: "Desculpe, nem percebi, eu estava no piloto automático". Pensei eu, cá com meus botões: Que porra de piloto automático é esse???
E hoje, pensando sobre isso entendo o porque do "desculpe", do "não percebi" e principalmente o que é nosso "piloto automático".
Entendi que nós somos propícios a agir de uma determinada maneira, de acordo com nossos vícios comportamentais, costumes, exemplos, tendências e assim por diante. Não estou dizendo que não agimos segundo aquilo que achamos ser o certo e nem imputando a culpa de nossas atitudes em icógnitas, mas somos sim tortos a ser e agir no compasso desses milhares de fatores que fogem do nosso controle às vezes.

Isso tudo é tão complexo que se eu para pra olhar a hora, perco o fio da miada. Como agora! =x

Por vezes juramos ser alguém, ou seja, agir como alguém, que na verdade não somos e nem agimos com tal, e ao identificarmos isso, ou ao identificarem isso em nós, nada mais justo que dizer: "Desculpe"!
É, sentir vergonha é natural, provavelmente, é em momentos como esse que queremos um buraco pra enfiar a cara, mas é preciso ter humildade e reconhecer que vc errou e se estudar, pra aprender a não errar de novo quanto a isso. E não pense que isso é simples, eu estou provando que não é NADA simples, porque vc estuda, estuda, estuda e na hora 'H' se pega meio a um conflito entre o que vc faz ou é, e o que vc pretende ser e agir.
Depois de muito dias deitando a cabeça no travesseiro e jurando a si mesmo que vc não faz nada demais, e que poucas atitudes suas são realmente feias, vai se surpreender com dias como esse meu hoje, sentindo vergonha de algumas características suas, e por mais que saibamos que é possível mudar, com esforços e etc... Não nos convencemos que as consequências virão e que ao menos já sabemos onde está o X dessa equação, mas qual o valor X? Ou seja, o que fazer agora?
Fico sofrendo porque eu sei qual a hora de me esforçar pra mudar, e como me esforçar, só não o faço. Por que tem que ser tão difícil??? (tá. essa pergunta foi 'puro drama', afinal eu sei porquê.)

Alguém me diz: Eiiii! Calma mocinha, vc ainda é muito nova, não se preocupe tanto.
Outras pessoas dizem: Vc devia ter vergonha! Corre! O tempo ta passando...
Ou então: Vc já era, por isso!
E a verdade é que isso tudo me assusta mas logo eu esqueço. O ruim mesmo, é não poder amordaçar minha consciência nas horas que ela grita: Vc cometeu o MESMO erro, de novo.

Peço muita ajuda sim... E me recordo do que dizia Cristo: "Aquele que está sem pecados lhe atire a primeira pedra."
Enquanto leio um pouco sobre tudo e isso (e muito mais) vou me acalmando, e assim me conforta, saber que eu estou aqui, agora, pra isso mesmo...









"Deus, dai-me calma, junto a a sabedoria de conhecer-me, dai- me paciencia junto às descobertas de tantos erros e defeitos meus, que me causam tanta angustia, dai-me fé nos momentos em que imagino estar só, dai-me força pra passar pelas consequencias dessas atitudes e pensamentos, e principalmente meu Deus, me ajude a ser util aquelas pessoas que feri, sem querer, por não ser perfeita, seja pelo meu egoismo de não querer ou nem tentar mudar, e até mesmo pela imaturidade dos tempos de hoje. Ensina-me a amar.."