Raiva.
Essa simples palavra guarda consigo a capacidade de deturpar o belo, corromper conquistas morais de séculos, manchar um amor, tirar nossa paz...
Me entristeço tanto quando me deparo com o meu "lado ruim" e, em que pese eu já esteja parcialmente acostumada com minhas inconsistências e com a forma bizarra que me surpreendo agindo quando estou triste ou com raiva, não consigo parar de me assustar quando vejo esse mesmo fenômeno natural e ridículo em outras pessoas.
Egoísmo? Claro! Eu bem sei... Com licença, mas ainda assim não afasta de mim esse medo, medo de ver em quem você se transforma, como age e quão assustador fica quando quer provocar o mal, desconforto, tristeza... Vingança.
Disso eu me orgulho. Explico.
Por mais estarrecedora que seja uma situação ou uma circunstância, eu não sei me vingar e, não é que eu não queria o que eu perdoe rápido, mas eu simplesmente não o faço quando posso. Talvez eu me lembre do quanto é feio ver você fazendo isso.
Dá vontade de ir embora, engulo um choro ardido, uma mágoa profunda, que só me afasta de você.
É mais que dizer, eu sinto.
Sinto vontade de brigar, de te pedir por favor para não fazê-lo, de correr. Não o faço. Não adianta. Não posso. É passageiro...
Mas hoje, agora, eu não queria te ter por perto porque eu simplesmente não sei te amar quando você se vira contra mim.
O que eu amo em você se desloca, se vira, se contrai, some. Levando consigo minha dedicação, meu bem querer e aí eu me pergunto: "O que você está fazendo aí?" e sem querer dou a resposta sem vergonha que agora assumo: "esperando ele voltar..."