quarta-feira

Step away...

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Conheço seu pesar por eu supostamente não gostar de você. Pensei que enchança maior não há para falar-lhe o que há muito, calo em meu coração... Por isso mais uma 'carta sem remetente' mergulhada em verdades nuas.
Gosto de você. Em circunstância outra seríamos amigas de verdade, pelo pouco que a conheço, traduzo em você uma pessoa extrovertida, engraçada e simpática... Isso é uma verdade! E por isso respeito você e me esforço pra não julgar suas atitudes, declarações e manifestações de desejos subliminares e sutis... Ok, e isso é uma mentira!
Perceba que uma coisa difere substancialmente da outra e, como hábito, passo a me explicar.
Antes de mais nada reconheço que nada do permitirei transbordar de mim lhe caiba por completo, não é que eu desponte verdades finitas e opiniões inquestionáveis ou definidoras. Aqui, não pretendo (sinceramente) te definir (já o fiz de modo incansável na minha mente e conclui que não vale o registro), mas vou colocar pra fora, vou deixar sair e vou te mostra por trás das cortinas o outro lado da minha (por você conhecida) pose de esposa "bem cuidada" e sorridente e me atrevo a incitá-la a questionar a ideia que absorveu sobre 'meu problema com ciúmes'. Já aviso que vou me eximir da polidez social mas vou tentar (sério) manter o respeito dentro do possível, afinal, vou levantar o tapete e trazer a sujeira os episódios tristes que vivi e que costumo largar por lá, com você protagonizando, insistentemente.
Confesso, desde agora, que não o faço por um mero ato egoísta (como pode bem parecer) de desabafo ao despejar-lhe concepções e até lamentos tão íntimos, em que pese o que me motiva é que no íntimo, sem convite, você adentra vez ou outra. Também não guardo a intenção altruísta de que será este um ato heróico para alertar-lhe sobre um problema seu, tão pouco tenho a intenção de coagir-lhe a afastar do meu "pequeno universo" o seu "grande cometa" que não tarde em atravessar por aqui a me lembrar que nesse meu mundinho, por mais dedicação, amor e cuidado com o qual eu o construa, minhas estruturas ainda estarão, infelizmente, à mercê de intenções alheias que, sob o manto torpe e contraditório que leva o nome de "amizade", chacoalham minhas bases.
Interprete as metáforas (as uso bastante), siga ao pé da letra se quiser, vista a carapuça, assuma a responsabilidade, reflita antes de julgar-me, desconstrua a imagem que tinha de mim ou a conjugue, junto ao panorama parcial (oposto de imparcial e de completo, ao mesmo tempo) que passaram a você e pense como eu. Como mulher que é, namorada e esposa talvez um dia, você me deve isso.
Não vou me desculpar (isso não é bem um revide), mas não posso te poupar também... O que posso te prometer é que, de agora em diante, apenas verdades direi.
Sei bem que a força da convivência, o tempo de permanência, a contínua exposição, o desvendar lento e consequente do outro, conduz à amizades e com ela a admiração e carinho o que para pessoas expansivas e espontâneas, reclama um limite mais rígido que carece de observação cuidadosa sob pena de tornar uma simples amizade em uma 'amizade colorida' e por mais pecado que pareça isso é tão natural e paulatino que, digo por experiência própria, depois fica difícil administrar. É isso mesmo, assim como você tenho a característica de ser extrovertida, sincera, natural e é justamente por acreditar que você não faz por mal, não começo minha preleção qualificando (ou desqualificando-a, em verdade) como espúria, cínica, calculista, amante... Somente por isso comecei dizendo uma verdade, que gosto de você e junto disso, lá vai minha segunda verdade: que por uma questão de "solidariedade de gênero", "caráter familiar", "personalidade ariana" "esposa clichê" ou sei lá o quê preciso confessar que o que não gosto é da confusão que faz com os limites mínimos éticos, morais, sociais e de brio, muitas vezes, em face do meu casamento!
Perceba que não falarei aqui do 'marido', 'ele', 'o homem', por uma razão dialética e ideológica! Dialética porque é preciso considerar que se busco dizer a verdade apenas (minhas, by the way) e não caberia aqui me subssumir à verdade dos fatos e acepções de outra pessoa e tomá-la como valor argumentativo pois estaria fadada à tornar "minha verdade" inteligível e não cumpriria minha promessa com você; e ideológica por fazer jus à minha (platônica para alguns) afirmação de ser feminista-igualitária-libertária, o que me obriga a descolar-me da noção de dona, responsável, inquisidora ou possuidora dos limites do outro e esses denunciam meu assunto para outro remetente, que não você, e mesmo sendo meu esposo, de desvincilho da concepção tradicional de direito sobre ou relativo à por "ideologia, arrisco dizer.
Por isso vamos estabelecer um acordo semântico de pronto: As verdades que exponho são minhas (o que relativiza seu valor, questiona-a e a desconstrói em face da verdade de qualquer outra pessoa, você inclusive, razão pela qual te alertei sobre "pensar sobre" e não tomar como sofismo ou silogismos que sejam).
São verdades narcisistas mas sinceras. Pseudo verdade, talvez, mas puras e que tem por escopo manter-me fidedigna às minhas ideias e pesamentos. Você já é bem grandinha para pensar nisso assim.
Por isso tudo é imperioso que afastemos o "terceiro" dessa história como interferência ativa. Vamos falar de mim e de você, sobretudo da sua postura em face do meu casamento e limites que você insiste em devassar.
Sou jovem, mas me atrevo a dizer que sei e aprendo a cada dia, a desvendar pessoas, por isso observo, questiono, analiso, reflito sempre sobre tudo. Não escanteio sutilezas e enalteço o subconsciente traduzido nas entrelinhas, nas brincadeiras, nos comentários tênues entre o que é e o que não é, o que se quer dizer e o que se deve. Você ficaria assustada ao perceber o quanto exprimimos quando tentamos não exprimir e o quando nos revelamos quando nos escondemos por trás de declarações despretensiosas. Essas vãs filosofias me conduziram à capacidade crítica de olhar e ver, ouvir e escutar (e isso não é redundante, é sim revelador) e é triste confessar o que vejo em você. Ameaça fria, mensagem subliminar, brincadeira despretensiosa aparentemente, comprometedora para qualquer bom entendedor, o urubu a cercar o alimento, o vigia da oportunidade tardia, a postura frágil e o sorriso pseudo inocente, mas intuitivamente sedutor. Eu interpreto pessoas. Como profissional que me declaro, traduzo verdades subliminares, intenções mescladas nas entrelinhas, palavras colocadas cuidadosamente descuidadas. Malditas palavras suas colocadas!
Preciso confessar que não conclui se você é de fato estrategista e oportunista por excelência ou sonsa em demasia...
Eu poderia preencher essas linhas com as descrições lamentáveis dos diversos, digo diversos, episódios aos quais já me submeteu e coagir-lhe a se colocar no meu lugar, mas haveria de presumir que você se importa e como não concluí sua intenção, ao fim e ao cabo prefiro expor-lhe de modo detido as minhas acepções e como me sinto e você, por si só, há de concluir a relevância e consequência.
Esse ápice se dá agora em virtude da minha péssima habilidade com contas (pra saber quantas vezes foram as que me invadiu), da minha mudança de postura (que me induz a questionar minhas atitudes e modificá-las) e meu compromisso comigo mesma e com o mundo de não deixar passar, de não fingir, não esconder de mim mesma aquilo que precisa ser visto! E "desculpe-me o transtorno, mas precisamos falar de você!" Simples, parece, mas não o é, te mostrar quantas vezes você figurou como algoz de brigas, discórdias, desavenças no meu casamento. Quantas! Se acaso fosse essa sua verdadeira espúria-íntima-intenção, infeliz confesso que sucumbi.
Por quantas vezes me despedacei, briguei, chorei, quis desistir, quis esquecer, quis fazer sumir você, da minha vida! Quanta angústia, quando medo, quanta insegurança e principalmente, quanto desconforto você já me causou e isso tudo eu só soube expressar ao argumento do ciúme.
"Desculpe-me" disse a ele: "Fraqueza minha" ou "Problema meu".
Entre idas e vindas, por anos permiti tacharem-me de louca, julgarem-me a intensidade, questionar e negligenciar meus desvarios. A "ciumenta", a "doida" ou mesmo: "ela tem problemas". Eu sei bem, isso certamente já deve ter sido pauta de conversas entre vocês e por tanto tempo resignei-me sob o peso de reconhecer isso tudo como verdade... Hoje amadureci, refleti, analisei e julgo demasiadamente deturpada essa ideia, injusta comigo e ilusória pra você e vou dizer porquê, porque eu gosto de você mas odeio tê-la por perto. Perto demais do meu casamento. Odeio quando se imiscui do seu papal de "colega do trabalho" que deveria te definir e invade minha intimidade, dilacera a distância saudável que precisa existir entre você e uma pessoas casada, sob pena de colorir o que não deve, por um preceito moral, pra começar!
Odeio muito isso! Odeio quando sua pseudo inocência me transfere o papel de bruxa e você a coitadinha que jamais teve a intenção de prejudicar, ofender ou se oferecer. Talvez (bem provável) que isso tudo você só compreenda quando for você a enfrentar a dura realidade de que seu marido tem uma "amigazinha do trabalho" que leva comida pra ele, que lhe comprar presentes temáticos com o time de futebol que conhece ser fanático, quando brinca com a intimidade dele entrelaçando-a demais à dela. Mais do que você gostaria de supor! Eu odeio quando pego mensagens suas NÃO mais subliminares e descarada oferta de ir à minha casa, acompanhar e cantar para o meu marido na minha banheira. Será possível isso? Arnaldo, pode isso Arnaldo? Oi? 
Brincadeiras vis, afirmam vocês... O que me deixa assustada e esmagada por dentro é saber que essas que eu descobri representam 1% do que de fato já aconteceu, do que já foi dito. Tenho medo de saber o que já foi feito. Isso vai morrer com vocês, mas acredite! Desejo a você em dobro, tudo o que me causou e essa lei (não minha) da ação e reação é infalível e sei que se hoje sou vítima, algum dia estive no seu papel, sufocando uma família, ameaçando um casamento, seduzindo quem não deveria por um capricho, por sucumbir a um desejo, auto-afirmação, queda de braço, auto-estima sei lá.
Motivos não me interessam, mas essas dentre tantas outras entaladas na minha garganta por anos, Fantasmas que sempre voltar a revirar e apertar meu peito, atormentando aquilo que deveria ser meu porto seguro, diluindo a confiança e me relegando a pecha de "ciumenta" e não de "otária". Pra mim ambos!
Odeio quando "brinca" pedindo ajuda dele pra se limpar no banheiro, odeio quando "brinca" pedindo um pedaço do meu lote para morar, odeio as caronas (não sei quantas e nem o que aconteceu dentro daquele carro mas até hoje aquela unha postiça não desceu!). Mensagens (nem sei quantas e nem seu conteúdo comprometedor). Brincadeiras (a forma mais lúdica de dizer a VERDADE). Odeio!
Ciúmes. Seria ciúme, então? Louco, desmotivado e gratuito? Me pergunto de após 10 anos seria o ciúme cabível e respondo pra mim mesma que em um mundo normal, com pessoas normais e com o mínimo de caráter ele sequer seria necessário, mas diante dos fatos, esses mesmo que descrevi, me diz você, é possível evitar o "monstro" que vive atrás da minha orelha?
Monstro nutrido pela bruta invasão, completa rechaça de limites, devassa do respeito a mim, meu casamento, meu bem estar. Você não conhece, olvida ou repulsa esses limites?
Isso a torna perigosa demais para todos que lhe cercam a presença. Sobre tudo às esposas...
Nesse contexto nunca ter sido amante de ninguém, nunca ter destruído lares e só me cabe rezar muito para que se afaste de mim e do meu casamento.... Mesmo sabendo que essa é mais uma das tiípicas expectativas de mulheres apaixonadas como eu, que em face de mulheres como você desinteressada ao reverso, se aproxima com sorrisos fartos, olhares sedutores, postura de menina-mulher frágil-doidinha-fácil. Fácil demais, a seduzir desavisados, cegos pelo desejo, carentes de auto-estima, presas fáceis. Homens casados são sempre presas fáceis. Machista demais isso, mas é uma forma de expressa outra verdade: homens casados precisam se sentir na ativa, carecem da sensação de ainda dão conta, ainda são capazes e pra esses, lá estão mulheres como você, ao sustentar o papel de "sou doidinha mesmo e sua esposa não precisa saber"!
A sinceridade que prometi está aí, e pode ser difícil de ouvir mas agora é a hora de nos despirmos das máscaras, peles e palcos afinal, mulheres assim ou assado, aqui ou acolá, eu ou você, somos sagazes e inteligentes o suficiente pra enxergar o que acontece na outra face da peça! O famoso "poder da sedução", a força da persuasão de sutileza imperceptível e brincadeiras tão inofensivas... É... Eu sei... e olha que nasci 10 anos antes!
Preciso mesmo me desarmar das ofensas prontas e na ponta da língua que venho tramando há tempos, preciso me abandonar da faceta de esposa "ciumenta" pra ele, "otária" pra você, me despir do sorriso falso que oculta o desejo enorme de te ver longe o suficiente do meu casamento e de qualquer outro que eventualmente seja vítima da sua própria torpeza e sem rodeios.
Ontem ele me contou que pediu pra que ele fosse te ajudar a comprar um carro, talvez ele tenha até ido, e mentiu pra mim, claro, isso dá divórcio... É... mais uma daquelas verdades frouxas embebedadas em uma tragédia com sensação de indignação, raiva e respondi estupefata com tamanho atrevimento: "É sério isso?" Esperei verdadeiramente que houvesse algum erro de dicção e que eu ouvi errado, mas não foi o caso. Acredito que ele foi ingênuo ao me contar e ao fundo até esperou minha aprovação quanto ao ato solidário a que ele fora chamado e eu só conseguia pensar que preciso mesmo estudar e construir algo mais denso, firme e intangível na vida pois se com mulheres com vergonhas tais já era difícil manter um casamento, com essas sem vergonha e sem limite algum muito menos. Mais uma vez você ali, inocente, frágil, fofa fazendo um pedido tão inofensivo e eu aqui assistindo meu casamento em "cheque", por um triz do "mate".
Mata a confiança, mata a segurança, mata a fidelidade, mata a lealdade, mata a harmonia... Cria tormento. Meu tormento.
Não vou dizer o que ele pensa, diz, sabe, quer ou faz...mantendo-me fiel à promessa, cabe a mim dizer que essa não é a primeira vez que faz isso, como demonstrei, e lamentavelmente não vai ser a última que trata meu casamento como um cone na pista e vem você desgovernada, embreagada, dirigindo na pista e estabelecendo uma relação de probabilidade destruidora e pior, ao argumento de que não tinha a intenção... "Não é nada disso que você está pensando, Fernanda!" e o convence disso com maestria, mas eu? Eu já estive no seu lugar, baby...
Enquanto lhe escrevo penso comigo tudo que ainda tenho a aprender, pra trabalhar dentro e fora de mim, todas as fantasias que preciso abandonar, todas as verdades que anseio conhecer, e as feiuras que existem no meu "altar-casamento" "sonho de princesa" "amor sincero, puro e verdadeiro", afinal, não sou tão ingênua a ponto de desacreditar que limites extemporâneos os seus, são necessariamente amparados ou repousam sobre limites que ele impõe ou deixa de impor, mas por ora, vou me ocupar do meu problema com você e não no fato de que o amor-poético não passa de uma contradição progressiva e manipuladora. 
Por enquanto, digo a você, por favor STEP AWAY! De vez... Chega pra lá, dá um tempo, sai fora, se toca, se liga, se manca, se fecha, fecha a boca, fecha a cara, fecha as pernas! Não me invade, não se intruse, não me assombre mais! Você tem sido implacável e eu não sustento mais isso!
Pode ser que um dia esteja no meu lugar, sendo a esposa tachada de desvairada, mas ao apagar das luzes só você vai sentir o gosto amargo da invasão, da devassa, do ver deitado a perder, tornar lasso ou por um fio aquilo que a duras penas, com tanta dedicação construiu e julga como parte fundante sua, amor seu.
Não sei muito sobre você, porque "você" se tornou um assunto delicado sob meu teto, não sei sobre sua família, não sei se você conhece alguém que já se viu abatido por traições (de toda sorte, inclusive as supostamente inofensivas - brincadeiras sinceras-escondidas-pífias demais), mentiras, falseadas versões dos fatos, meias verdades, partes curtas das histórias, tentando ocultar a parte feia e destruidora que se revelaria sem manipulações outras que envolvem "aquelazinha", mas acredite quando te digo o quão odioso é.
Eventualmente terá que conhecer seus limites e daqueles que lhe cercam, e por questão de honra, não lhe é pedido muito, é? Precisará saber até onde pode ir a partir de quando transforma esposas em ciumentas loucas ao invés de ter que se deparar com seu reflexo indiscutível no espelho de "amiguinha" "a outra" "a fácil" ou aquele que algum dia receberá 50 reais e poderá ficar com o troco.
Se eu gosto de você? Claro que sim! Veja que se não o fosse, minhas duras palavras lhe reduziriam à pacata imagem de quem furta amores alheios por total incapacidade de conquistar o próprio sequer. Mas não... acredito mesmo que como gosto de você, outra pessoa também o fará, e se quem está ao seu lado não lhe cumpre essas expectativas (minimamente dignas) não aceite! Não aceite menos! Não aceite meias verdades, "amiguinhas" perto demais colorindo a amizade pois o que é perto demais uma hora fica dentro! Busque pra você quem te supra, te cumpra, te assuma, te cuide, te dedique, se assemelhe, se debruce, se declare, te repare. Não mendigue, não lance mão do que por outro foi cativado, não se engane, não me engane... Busque, conquiste, ame e sinta que quando está preenchida não cabe mais sorrisos fartos e fáceis para outros homens, o que está ao seu lado vai te bastar e te consumir não deixando sobrar nada pra mais ninguém, e aí então, tudo o que você menos quer é que surja alguém na história com brincadeirinhas vis, frouxas, íntimas, oferecidas a macular seu sonho de "felizes para sempre". Por favor, não busque no "meu felizes para sempre" oxigênio para suas frustrações ou autoestima baixa, não busque no meu casamento o companheiro que você não tem. Esse é o limite! Não aceito isso! E agora declaro. Não guardo mais. Não finjo. Não escondo mais. Não quero mais que despeje sobre mim o peso do rótulo ciumento que por força do seu deflagrado desrespeito me acometo. Não o faça, eu te peço. Não induza à ideia de que não há interesse algum, intenção nenhuma, despretensão pois é insistente demais para torná-lo inocente. Você e eu sabemos que existe muito mais do que gostaria de deixar transparecer! E ainda que nada fosse, e de fato intenção alguma houvesse, não legitima, não condiz, não corresponde, não cumpre e não é páreo pra te eximir da responsabilidade por tamanha cizânia, desavença, caos.
Estou me varrendo pra fora, me limpando por dentro, me desaguando de tudo. Me dedicando a conhecer meus revéses, meus inimigos. Me livrando das poses, aplausos, apreços. faz parte da jornada matar meus fantasmas, despojar-me dos medos, deslavar verdades secretar, tirar do fundo, contar o segredo, repensar os rótulos que me deram e se eu discordar vou simplesmente tirar da mala e você? Você se colocou no meu caminho e pra não tornar-me fantoche, coadjuvante ou mera espectadora da minha própria ideologia, sucumbir ao meu próprio silêncio e ser vítima da minha própria história sob pena de viver não apenas com a orelha de burra, título de ciumenta mas também o arrependimento da covardia, trouxe aqui, em um tête à tête e te dizer que você não vai se encontrar em lugar nenhum enquanto esbarrar no "mundo" de outras pessoas fazendo com que elas se percam delas mesmas...
Por fim, inauguro minha última verdade a você: investi tempo demais te dizendo verdades por acreditar ainda que haja boa-fé como pano de fundo, caso contrário, laçaria mão de palavras feito lanças que ferem. Que esse hercúleo esforço, afastamento do meu orgulho e até honra, de certo modo, sejam úteis e não se permitam mais ser tão negligenciado por você como de costume, sob pena de declinar mais ainda e ao fim e ao cabo deitar-se sobre amarga consciência de ter sido escopo mais uma vez, da discórdia, da tristeza, do rompimento frio de um "felizes para sempre".
Triste vai ser recolher-se à posição de coadjuvante da própria história, afinal, as histórias falam sempre em príncipes e princesas, não é?


MP

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"Há cargos públicos que representam, por si sós, um prêmio e que não pedem dos que os ganham mais que o cuidado fácil de guardá-los. O Ministério Público, entretanto, se afasta inteiramente destes casos. Qualquer dos seus lugares é um posto de sacrifício, de conquistas diárias à opinião, de disputa sem trégua contra a malícia da advocacia, contra as reservas dos juízes, contra a ambição naturalíssima de seus próprios pares. Nenhuma das funções judiciais é tão sujeita às criticas da imprensa, tão exposta aos embates dos interessados, tão acessível às explosões legítimas das partes ou de seus procurados. Se o ocupante é digno do cargo, se está à açtura de exercê-lo, moral e intelectualmente, não sabemos de ensancha mais propícia aos surtos rápidos no foro. Se não o é, porém, sucumbe, arreia, cai por força - e cai do pior modo, aos poucos, dia a dia"

Carlos Sussekind de Mendonça

Eu, mulher, confesso

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Que suas censuras nos fez relutantes e ainda faz a cada dia...
Seus preconceitos permitem nos reinventarmos
Seus paradigmas nos impõe alvos a serem alcançados
Suas limitações nos fizeram mais fortes
Suas mordaças nos permitiram gritar alto
Seus exageros nos tornaram resistentes
Suas imposições nos fizeram criativas
Seus excessos nos coagiram a correr mais rápido
Seus domínios nos incitou à liberdade
Sua insistência nos levou à busca por ávidas conquistas
Sua força nos impeliu à capacitação intelectual
Sua ignorância nos trouxe resignação moral
Seus "ismos" nos presenteou com movimento lindo "feminismo"
Seu deboche virou broche. Broche na gola de cada forte mulher que trabalha cedo, que estuda tarde, que cria, procria, recria... A mulher que ama e perdoa, nasce e renasce, que se reinventa a cada obstáculo e de cada dimensão negativa pela qual expressas seus desconforto, uma dimensão positiva se traduz a nosso gosto.
De tanto nos chamar de frágil, nos fez firmes...
De tanto nos colocar atrás, presa ao braço, nos empurrou pra frente a lhes inaugurar novos horizontes.
De tanto subjugar, nos capacitou a recriar e surpreender.
Hoje começo a enxergar que nos olhares mais descrentes, o medo de ver que ontem queimaram sutiãs e hoje votam, legislam, julgam, estão em todos os lugares, pares, iguais.
Amanhã estaremos por todo lado, livres, desincumbidas de suas pechas ainda insistentes mas fadas a decair, desconstruir.
Vamos desfazer conceitos, questionar premissas, desmontar estruturas efêmeras, devassar limites sexistas, dilacerar diferenças e juntos, todos nós, compreenderemos que hoje estamos mulheres, amanhã homens, assim como vocês que ao passo que delimitam se limitam. Vamos então aprender, de uma vez por todas, que não há supremacia de gênero pelo simples motivo que essa dicotomia surge de uma construção social deturpada, cega e ignorante e que naturalmente vai sucumbir às pedaladas da evolução e não cabe mais, não há espaço e não tem mais o condão de anular, rechaçar, escusar e coibir a linda flor que surge da igualdade e fraternidade.

Fernanda,

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"Viva a história que você quer contar e se lembre que toda vitória oculta renúncias."

"Não olhe para trás, você já sabe onde esteve. Agora precisa saber onde vai, e por isso comece todo dia, tudo de novo."

Não são palavras minhas, mas sem dúvida são pra mim...

Sem remetente

Sou do "tipo" que escreve cartas.
Escrevo cartas todos os dias, algumas pra mim, outras pra você, todas pra ninguém.
Escrevo pra colocar pra fora, deixar sair, exprimir.
Não jogo mais embaixo do tapete, mas tenho plena consciência de que a ninguém cabe suportar tanta emoção, tanta sinceridade... Sei bem que a ninguém cabe o peso de deglutir minhas pseudo verdades e por isso não mando, não envio, não entrego.
Sem remetente são as cartas que me esvaziam ao tempo que me permitem ser completamente eu.
Me deixam expressar sem revés, expor sem vergonha, pedir sem resposta, julgar sem perdão, gritar em silêncio, machucar sem ferir, curar sem remédio.
Posso me arrepender sem ônus, mudar de ideia sem justificar, revirar-me sem pedir licença,  ir embora sem me despedir, posso"falar da boca pra fora" (ou seria escrever do teclado pra fora) mesmo sabendo que não corresponde exatamente ao que sinto ou penso. Posso mentir, mas não minto. Posso fingir, mas não finjo. Posso correr, mas eu fico. Posso calar, mas não o faço. Posso me esconder, mas me mostro. Porque é tão mais fácil quando nos permitimos ser sem melindres, manifestar sem recalques, ser sem pose. É tão mais leve e descansa tanto ser quem sou e não quem as pessoas esperam... É como chegar em casa depois de um dia cansativo, atordoado e estressante e tirar o scarpin salto 10 e o sutiã! Ahhh! Ser mulher tem seus escapes, ser Fernanda tem suas cartas... Cartas para o mundo, todo mundo. cartas pra mim e pra mais ninguém.