domingo

aqui dentro.

Quanto vale a minha auto-estima?
Embebedar o nosso ego com vazias ilusões como as que nos convence que somos queridos, mesmo que sexualmente, junto à necessidade imaginaria de satisfazermos alguns instintos provindos de uma natureza menos racional, nos impulsiona a almejarmos certas coisas capazes de nos induzir a um comportamento de puro contentamento momentâneo e egocêntrico, que antes de conhecer o espiritismo, eu julgava justo e completamente explicável. Hoje, vendo com um pouco mais de clareza, já consigo ao menos distinguir o que seria de ''difícil reparação'' digamos - bem leigamente -, ou seja, compreendendo um pouco mais, porque vem como vem e com quem vem me conscientizo da maior cautela e vigia que se fará necessária em relação ao meu próprio comportamento moral a priori. Mas confesso que ainda não foi e não é o que mais me incentiva a reeducar-me, ainda que isso faça mais sentido quando se busca a decência; são algumas curtas e ligeiras imagens em forma de recordações que guardo com carinho de uma pessoa que vem me ensinando a cada dia a amar e respeitar quem está ao nosso lado. Esses pequenos fragmentos de alguma forma começaram a invadir minhas lembranças não deixando espaço pra nem sequer pensamentos, e quando estes escapam à peneira formada por sorrisos que legendam minha alegria, me sinto como se estivesse traindo, não sei explicar como um simples pensamento faz com que eu me sinta assim, mas uma angustia grande que reconheço não se dissipar com a água me envolve em tormentos na consciência de forma a me sentir extremamente indigna do amor e do respeito que deixam se ser recíprocos quando me permito fugir, mesmo que em pensamentos de 4 ou 5 segundos, pra longe dos princípios que pretendi adotar pra me fazer merecedora dos sentimentos que eu sei que ele tem por mim.
É assustador sim saber que ainda que sejamos dotados de inteligência nos surpreendemos usando-a pra justificar esses devaneios carnais de estragos irremediáveis num futuro próximo. E aí eu rezo, e as coisas vao mudando aos poucos... É, Ele é O cara!

um segredo.

Como sempre, espero algo de triste me acontecer pra sentir vontade de escrever... E confesso que ainda não sei porque é assim.
Hoje senti um aperto forte no coração, tristezas antigas me tomaram a alma por alguns instantes, e me fizeram recordar de algumas daquelas lembranças que fiz questão de esquecer...
Passamos por tantos problemas, tantas feridas já causamos um no outro, e ao mesmo tempo já nos desdobramos pra curá-las e também nos arrependemos tanto de tê-las causado. Foram dias difíceis onde ambos erramos, e fizemos coisas que não queríamos ter feito, eu espero. Mas o fato de muito termos feito, não nos exime da possibilidade de errarmos novamente, não digo no mesmo erro, afinal seria imperdoável quiçá, mas ainda erramos, como qualquer outra pessoa no mundo, e o estranho seria exigir de alguém que não cometesse esses pequenos ou grandes deslizes...
Sei que a paciência pra suportar e passar por cima de mais obstáculos no relacionamento fica bem mais frágil, mas será nosso amor como o grande e forte Aquiles de Roma? Que enfrentou as maiores lutas com incrível vontade de vencer, e por um pequeno ferimento lhe foi tirado a vida?
Sinto-me como se eu não tivesse realmente feito esforço algum pra melhorar as coisas, senti por um momento que eu não havia feito nada de extraordinário todo esse tempo, me julguei com um péssimo caráter de falsas expectativas. Senti-me ‘’fracassada’’. E me recordei então dessas lembranças que a principio tomei nota... A maneira como também massacrou meu coração e todo o respeito e o amor que tinha cultivado aqui dentro. Saídas escondidas que eu tentei disfarçar e me vingar pra ver se doía menos assim, mas não vem ao caso saber quem começou isso tudo, o fato é que isso foi difícil para os dois, não fiquei por querer, não vou ser hipócrita o bastante em dizer que apesar disso eu quis permanecer, eu só não consegui sair.
Mas naquele instante fechei os olhos e me vi em alguns meses atrás, num domingo ensolarado, adorando a paisagem do eixao de Brasilia, pensando que lá encontraria paz e tranqüilidade pra organizar meu pensamentos, recordo-me que estava completamente desnorteada e sem chão, pensando que por uma vingança infantil eu tinha jogado tudo para o ar, me questionando se você não teria feito nada de errado mesmo, você sempre me pareceu tão correto e fiquei ali, caminhando e pedindo ajuda a Deus pra que iluminasse meu caminho, pra que me desse uma luz porque eu não consegui enxergar nada mais, ter me separado dele estava se tornando meu pior pesadelo, e isso é que eu ficava pensando por instantes contínuos, como numa prisão dentro da minha própria mente. Não queria acreditar que havia sido injusta contigo e ferido seus sentimentos de maneira tão vil.
E lembro que parei embaixo de uma sombra do outro lado da pista e fiquei reparando um casal que vinha de longe e pensando: onde foi que começamos a deixar de nos amar? Ou será que não nos amamos mesmo? Porque as coisas tiveram que acabar assim, porque eu fiz isso? E uma culpa imensurável me consumia e nessa altura eu não conseguia mais controlar as lagrimas que já se faziam notáveis.
Quando tomei fôlego pra voltar a caminhar, tinha tomado uma decisão, embora ele tivesse me dito que não mais queria conversar ou qualquer outro tipo de contato, pensei que escreveria uma carta ou email, não pra tentar uma conciliação mas só pra pedir desculpas, porque eu não conseguiria viver sentindo aquilo no coração, um melhor amigo, quase que um anjo da guarda, eu feri, de maneira que talvez ele não me perdoasse jamais, mais eu precisava dizer, nem que para minha própria consciência...
Em meio a todo esse desespero desmedido, eu já me considerava a pessoa mais injusta do mundo, mas eu não esperava que o destino fosse me dar mais uma surpresa sobre aquilo tudo, e confesso não saber se foi bom ou ruim ter passado por aquilo...
Acredite se quiser, quando olhei pro lado eu o vi.
É o vi sim, caminhando também, ao lado dela, de mãos dadas e rindo a toa... Ver sorrisos naquele instante foi o que mais me chocou, ou não.
Fiquei completamente sem reação, nem sei por onde começar a dizer o que senti, mas sei que doeu, e muito.
Em um lapso momentâneo um desejo quase que incontrolável de agir de acordo com características de uma personalidade já superada me encorajavam a agir, mas eu já havia visto esse filme, e decidi não ser da mesma forma que outrora, mas tentaria fazer como ele mesmo fez. Ir embora...
Mas fiquei ali por alguns minutos olhando, assistindo como um filme mesmo, o amor da minha vida, sorrindo ao lado de quem colocou um ponto final no meu ‘’nós’’ eterno.
Quando entrei no carro, outras lembranças me vieram a cabeça e as coisas foram fazendo mais sentido, e eu fui percebendo que parte daquele peso que eu carregava fora deixado no eixao exatamente naquele instante, junto a outros tantos sentimentos que ate hoje procuro me livrar. E percebi que daí pra frente seria mais fácil seguir a diante, mesmo que a dor e a tristeza tivessem transformado a minha concepção de amor.
Nao quero acusar ninguem nem tao pouco julgar algum comportamento nessa historia, de fato o maximo que ue poderia fazer é agradecer, afinal gracas a esse dia eu consegui me livrar de algumas culpas e uns resquicios de paixão.
A verdade é que ninguem jamais saberá disso, nao contei pra ninguem e nem pretendo contar. Esse é um dos meus segredos, que nao sei porque cargas d`agua resolvi confessar, mas se eu nao dividir com um diário, isso iria me sufocar até lá...
Eu não sou nenhuma coitada e santa, tenho minha culpa no cartório, e não é por isso que fiquei isenta de erros e culpas, mas ficou mais fácil pensar, decidir, viver. E mesmo que isso eu jamais esqueça, assim como ele jamais esquecera algumas coisas, eu não quero tocar nesse assunto novamente. E como sinto vergonha e enorme desconforto ao contar isso a alguém, decidi escrever, e por ninguém saber quem eu sou, e principalmente por ninguém nunca ler nada do que registro aqui, vou deixar esse desabafo, pra ver se tiro da minha cabeça a idéia de que não me esforcei pra nada, que fui péssima em tudo, ou uma ‘’fracassada’’ qualquer, e principalmente pra me lembrar de que não existem injustiçados, nem eu, e nem ele.

scuzi...

Tudo o que dizemos às pessoas é tão frágil e relativo que se vincula a todos os fatores que o nos rodeiam naquele instante, e estes acabam por influenciar o que tínhamos a dizer, assim o valor real de uma verdade, se perde em meio a estes diversos elementos preponderantes, presentes em nós e no ambiente em que nos encontramos. É complicado explicar...

Falar, falar, falar, estamos sempre falando e nao dizendo nada. Por que?
Penso que é por este problema apresentado a cima, porque existe relamente uma linha muito tênue entre o que se quer dizer e o que se consegue dizer.
E é por isso que eu queria que voce estivesse dentro de mim agora, pra ver como eu vejo as coisas, pra sentir como eu sinto, pra saber tudo, absolutamente tudo que eu penso e faço...

Desculpa por preferir não falar muito sobre mim e sobre as loucuras que se passam na minha cabeça, mas eu nao acho justo expor a alguem o que eu desconheco ou sei lá... Tambem nao acho justo voce nao saber quem eu sou e etc. Mas me falta erudicao pra expressar de forma honesta e sincera o que se passa comigo.
Nao sei, definitivamente nao consigo explicar... E tenho medo de aprender tarde demais.