Certo dia, inesperadamente avistou chegar na porta da casa de Adelaide um homem alto, de porte forte com um grande chapéu e uma barba que chamava a atenção, procurando por Maria. A Sra. assutada com a visita, não deixou que o mesmo se encontrasse com a menina e negou inclusive que ele conferisse sua carteira modelo 19, hoje chamada de passaporte.
Preocupado o homem com a situação legal de Mria no Brasil foi a embaixada saber como andava sua legalidade, e como já esperava, descobriu que minha avó já era considereda clandestina aqui, pelo tempo que passou alem do que havia sido permitido.
Não se sabe porque, pouco tempo depois, Sra. Adelaide volta pra casa já no fim da tarde, com a face expressando tamanha ira, começou a jogar todas as roupas de Maria dentro de uma mala, e o tempo que restou a ela foi de catar uma antiga boneca que havia ganhado de suas tias antes de partir.
Foi deixada na calçada, em meio a uma rua desconhecida, um povo diferente, em terra estranha. Se viu sozinha, sem ter pra onde ir, sem explicações, perdida, jogada ao leito de uma passarela que desconhecia.
Chorando, chamou a atenção de quem passava por ali, seu sotaque não ocultou que era de outro país e as pessoas entenderam que ela estava perdida na cidade, e esse seria o motivo do desespero da moça.
Aliviada ou não, respirou quando viu o grande homem barbudo vindo em sua direção. E então se recordou daquele semblante, e logo se deu conta de que estava a fronte a casa de seus familiares desconhecidos, onde viera a residir.
Mais tarde minha avó viera a namorar com um dos filhos do barbudo; apesar da mania de grandeza do rapaz. E logo foi armado o casamento entre eles, em virtude da riqueza que ela havia de herdar um dia. Mas Maria jamais aceitara o pedido e se convencera de isso não chegasse a acontecer.
Anunciaram uma grande festa certa vez, muita comida e bebida, e nennhum motivo aparente pra tal comemoração... Ao menos não aparente pra ela.
Muito esperta era minha avó, e analisando todo o quadro foi se dando conta de que o vinho vinha com mais frequencia em sua direção, seu tio e tia, a cortejavam sempre com uma bebida alcoolica, não a deixando ficar de mãos vazias, o que não acontecia com nenhum outro convidado.
Disfarçadamente, ela começou a despejar a bebida em um vazo grande de planta que se encontrava ao canto da sala de estar, e assim o faz até o cair da madrugada, quando todos imaginaram que já estaria mais pra lá do que pra cá, consequencia de tanto viho que lhe trouxeram.
Inesperadamente se aproximaram de Maria com alguns papeis para serem assinados, diziam eles que havia de ser um documento da embaixada pra legalizar sua estadia, a caneta já estava à mão quando apanhou o papel desconfiada. Evitando os parentes, que ela lesse o conteúdo, o máximo que onseguiu identificar duas palavras que se encarregaram de desesperar-lhe: "Certificado de Casamento".
Se deu conta da armação que havia sido armada por sua costa em meio aquela situação, desconfiou até da sombra que dali em diante iria a perseguir. Saiu correndo da casa e com um chute quebrou a porta de vidro que isolava a casa da rua. Com o pé sangrando, conseguiu chegar até a praça Cinelândia.
Aí, finalmente, a razão que encontrava para toda a sua fé, faria sentido...
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