sexta-feira

Nem perca tempo lendo isso, volte para os memes do facebook!

Estamos vivendo momentos de crise, a primeira real crise no país desde que reencarnei. Venho vendo a minha pátria amada Brasil, ser palco da patética política que os eleitos praticam, já escrevi sobre isso, inclusive, sobre a sede de mudança e irremediável torniquete na chaga da corrupção e luxuria dos poderosos e poderosas que corrompem seus papeis e cruelmente dilaceram nossa tão sonhada e utópica democracia.
Os escândalos parecem não ter mais fim. Chega a ser assustador, mas ninguém mais teme a mídia, a polícia, a promotoria ou a justiça, fazendo com que as denúncias pareçam anúncios de supermercados na TV, passa toda hora, mas ninguém vê!
Confesso que, nesse mesmo cenário, tenho me poupado de pensamentos dedicados na busca por soluções, ou esperanças que há muito eu mesma pregava. Tenho me distanciado das declarações vãs de repórteres que, indignados e com muita razão, apelam ao vivo na tentativa frustrada de acordar a população que parece imersa em um universo paralelo onde os problemas são sutilmente remediáveis sem muito espanto. Me pergunto: Estou ficando louca e estupefata com tudo isso, ou meus contemporâneos estão se fazendo Alice no país das ‘maravilhas’? Será possível tanta omissão? Ainda vejo alguns na defesa dos nossos algozes com cartazes ultrapassados e infantis sobre burguesia e proletário. Pára né...  Não se trata de crise entre classes sociais e essa mediocridade de pensamento já deu!
Mas sobre a crise de HOJE... Não me manifesto tanto assim nas redes sociais, porque qualquer revolta nas estantes do facebook se mostram quase tão narcisistas quanto ´selfies´ publicadas com frases de auto ajuda. Preguiça.
Mas queria registrar que em meio a sentimentos (isso, sentimentos mesmo) de desespero, desamparo, revolta e tristeza, imensa tristeza de ver pessoas tão cruciais pro desenvolvimento do nosso país, responsáveis pelo cuidado e zelo de 200 milhões de pessoas, imersos na sujeira e lutando apenas para sair dela, deixando todos os outros, na merda, se afogar.
Mas o mais frustrante e dilacerante pra mim, é a imagem de uma louca, arrogante, pútrida, mentirosa e completamente ignorante e autoritária rasgar a Constituição, cidadã (alguns arriscam) que instituiu todos os princípios que nós, brasileiros, acreditávamos nos proteger. Essa suposta proteção foi simplesmente desconsiderada, TODOS os princípios que estava meio ao caminho de encher bolsos e bolsos à custa de esvaziar o do trabalhador, são diariamente pisoteados...

Insegurança jurídica. Foi assim que aprendi nos bancos da universidade. Insegurança jurídica... devendo esta ser evitada a todo custo, sob pena de colocar em cheque a democracia e seus tentáculos basilares e essencialmente fundamentais.

Preceitos fundamentais. Normas de cunho principiológico que sustentam o Estado, a República, e garantem aos cidadãos o mínimo de direitos e garantias aliados aos deveres.

Direitos? Onde? Apenas quando convém ao Poder, e não ao povo.

Garantias? Pra quem? Pra mim não é, nem pra você, tão pouco pra todos os demais, reles mortais, trabalhadores, contribuintes, escravos do autoritarismo e distorcida democracia fétida a qual estamos imersos hoje. Democracia com tom de demagogia ou demagogia com máscara de democracia. Máscaras... antes usadas. Hoje, todas no chão, dívidas na mesa, e a conta em nossas mãos... Contas que tiram da nossa geladeira o alimento da família, mas hoje, como medida inevitável, eu bem sei, me revolta apenas por não estar sendo cobrada de quem realmente deve pagar.
Pagamento. Tributos injustos. Dívidas corruptas. Anistias políticas. Princípios mais uma vez enterrados a sete palmos do chão ao fazer o pobre, o funcionário, o povo pagar tributos sob o peso do próprio alimento, vendo reduzido seu poder de compra por uma inflação covarde advinda de péssima administração pública e políticas econômicas confiantes e baseadas em um piada chamada “pedaladas fiscais”.
Aprendi.. Aprendi que o efeito dos tributos de modo regressivo é contrário ao princípio da capacidade contributiva, e isso está na Constituição Federal.
Aprendi que esta mesma Constituição Federal como Lei Maior, imprescinde de observância no trato de qualquer conduta de quem esteja no exercício de cargos da Administração Pública...
Aprendi que a corrupção é crime e deve ser punido. (?! – não apenas julgado pra “brasileiro ver”).
Aprendi que essa corja toda deveria estar sendo processada por crimes GRAVÍSSIMOS de responsabilidade, corrupção, formação de quadrilha, crimes contra a administração!
Aprendi que o Estado está sobre 3 poderes, não vinculados mas harmoniosos entre si, e não deveriam lançar mão de decretos executivos, legislativos, leis que ofendem TOTALMENTE o processo legislativo pra livrarem a própria cara da responsabilidade pelas atrocidades cometidas com o patrimônio e recursos públicos.
Aprendi... Aprendi que nenhuma Lei é maior que o caráter do povo, e este, quando completamente deturpado e sendento pelo próprio poder, faz com que nenhuma Lei possa socorrer o povo. Lei pra tudo, lei de nada, pra ninguém, ou para o pobre, sem advogado, sem condição de comprar a corte julgadora, este sim, vê o peso da caneta, vê o mal funcionamento da máquina administrativa, vê o falido sistema penitenciário, judiciário e a suposta Lei de execuções penais que assegura diversos “direitos e garantias” minimamente humanas, jogada no imenso mar do esquecimento, do pouco caso, descaso, sob pretexto da reserva do possível. Como eu disse... Princípios e leis só são utilizados quando convém a quem os aplica!

É... pelo visto, “ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação”.

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